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The art of living

08
Mar21

Por aqui lê-se..... O Rouxinol

Mafalda

Acabei este livro há mais de uma semana, mas precisei de tempo para digerir todo o enredo, e fazer o luto de um bom livro que chegou ao fim. Talvez seja um hábito meu, mas preciso de tempo para poder escrever com clareza sobre aquilo que li. O post chega, no entanto, num óptimo dia.

É dia da mulher, e este livro honra-as de diversas maneiras.

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(imagem daqui)

O enredo surpreendeu-me desde o inicio, fala-nos de como decorreu a 2º Guerra Mundial em França, e se eu sabia que França também tinha sido invadida pelos alemães, não fazia ideia da extensão em que sofreu, e das atrocidades que lá aconteceram (e se reproduziram um pouco por quase toda a Europa).

No entanto este livro conquistou-me pela forma como fala das mulheres que fizeram parte da Guerra. Lembramo-nos tantas vezes daqueles que foram para as trincheiras e esquecemo-nos daquelas que ficaram para trás a conviver com o inimigo, o mesmo inimigo que matava os seus homens: pais, irmãos, maridos.....

Em "O Rouxinol" é dado destaque à forma como o curso da guerra foi diferente porque muitas heroínas intervieram, e a forma como a sua ajuda aos Aliados foi subvalorizada pelos Nazis, permitindo salvar muitas vidas, que teriam sido adicionadas ao número monstruoso de mortes causadas pelo egoísmo humano e cegueira ideológica.

As mulheres são, de facto, uma força da natureza, e posso dizer que passou sem dúvida para o meu top 3 de leituras.

Um bem haja a todos aqueles que mudam o mundo pela calada, seja com obras heróicas, seja com uma palavra amiga, todas as acções contam.

 

 

20
Fev21

As marcas que deixamos na vida das outras pessoas

Mafalda

Ontem estava a ouvir a música Everybody Lost Somebody dos Bleachers e a mensagem chegou até mim com toda a sua força. Todos nós já perdemos alguém, talvez porque esse alguém morreu ou talvez porque a vida se pôs no caminho, já todos experimentamos a dor de ver alguém de quem gostávamos muito desaparecer da nossa vida, e se calhar é mesmo isso que nos conecta a todos, o facto de ser uma experiência universal.

No entanto dei por mim a pensar que todas as pessoas que apareceram na minha vida e depois desapareceram (para sempre ou temporariamente) me deixaram qualquer coisa. Memórias talvez, e evidências de que passaram na nossa vida. Fósseis dos dias que passamos juntas.

Algumas coisas que nos deixam são grandes como a crença que me deixou o meu avô (de quem já vos falei aqui) de que nenhum ser humano é intrinsecamente mau, e de que toda a gente merece uma mão amiga.

E outras coisas são muito pequenas, pequenos hábitos enraizados na nossa rotina. O facto de acenar a mim mesma quando passo por um espelho (algo que "aprendi" de uma pessoa que amei muito), o facto de deixar sempre pequenas anotações nos meus livros (um amigo da minha escola primária fazia isto, e sempre achei piada), o facto de quando quero dizer a alguém que gosto deles sem usar palavras, fechar com força os olhos durante uns segundos e sorrir (os gatos fazem isto para dizer que gostam dos donos, e tornou-se uma piada entre mim e uma amiga), o facto de por um bocadinho de leite no meu chá (a minha avó achava que era algo de gente fina fazer isto).

Somos as marcas que deixamos na vida das pessoas. E é bom pensar que hoje sou uma pessoa diferente porque fui também marcada por tanta gente, por tantas vidas que cruzaram o meu caminho. 

Marcamo-nos uns aos outros permanentemente. Algumas marcas são fortes e permanecem e outras desvanecem com o tempo. Espero um dia poder olhar para trás e dizer que manchei a vida de muita gente e a tornei, um bocadinho mais colorida.

 

 

 

15
Fev21

Eternamente apaixonada

Mafalda

Uma vez uma amiga minha disse-me que me admirava muito por ser uma eterna apaixonada pela vida. Por vezes, quando me sinto perdida pergunto-me se ainda o sou, se essa ainda é uma caracteristica definidora de mim mesma.

Não sei se sou uma eterna apaixonada pela vida todos os dias, mas na maioria deles tudo me parece imensamente bonito. A forma como as crianças olham para um chupa-chupa como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, aqueles minutos do anoitecer em que não é bem noite nem dia, em que o sol já desapareceu mas a lua ainda tarde e o conceito de tempo se desintegra algures no universo, a forma como as avós tentam dar chocolates à socapa aos netos quando os vão visitar. A maneira desajeitada como uma pessoa que faz anos canta os parabéns a si mesma.

Nem sempre consigo encontrar beleza em todo o lado, todos temos a tendência a deixarmos-nos levar pelas amarguras da vida de vez em quando, mas gosto de me lembrar que há muitas coisas bonitas por aí. Coisas simples, que estarão sempre lá não importa o quanto a vida mude. 

Hoje sinto-me muito apaixonada pela vida, aconselho-vos a que tentem apaixonar-se um bocadinho também, prometo que vale a pena.

IMG_20210215_202420.jpg

(uma foto do por-do-sol que tirei ontem, tão lindo, mais uma coisa apaixonante)

08
Fev21

O confinamento e a depressão #2

Mafalda

Falei-vos, no principio deste confinamento, da minha depressão sazonal e da forma como o confinamento a torna pior. Ao longo das últimas semanas tenho vindo a tentar diversas estratégias para me sentir melhor, e decidi partilhar as minhas favoritas:

 

Ir lá fora (faça chuva ou faça sol)

Para uma pessoa que sofre de depressão sazonal esta dica pode parecer óbvia, mas não o era para mim. Tentava evitar o exterior nos dias de chuva ou naqueles mais nublados. Sendo a chuva e o tempo escuro aquilo que me causam tristeza, achei que "afastar-me" deles ficando em casa era o que faz sentido. Mas não é verdade. O ar fresco faz maravilhas e mudar de paisagem, quando estamos constantemente fechados num espaço tão pequeno, também o faz. Tento procurar a altura do dia com menos chuva (ou com abertas), agasalho-me bem e lá vou eu para uma voltinha. Nem sempre volto de melhor humor, mas tenho a certeza que se ficasse em casa seria bastante pior.

 

Exercício físico

Correr traz paz ao meu coração. É a altura do dia em que me permito não pensar em nada (porque também é preciso), e há o sentimento de recompensa no final da corrida, que nos chega na forma de suor, o coração a bater muito rápido no nosso peito, os pulmões a pedir por mais ar.  Sinto-me viva. No entanto não é preciso correr para obter o mesmo resultado, e por vezes o exercício nem sequer precisa de ser tão intenso. Nos dias em que sou preguiçosa 15 minutos de alongamentos bastam para me sentir um bocadinho melhor.

 

Dançar

Queria ser bailarina quando era pequena, mas nunca fui dotada na arte da dança e por isso nunca o fiz muito. Enquanto conversava com a minha psicóloga ela sugeriu-me que o fizesse, sempre que me sentisse muito em baixo, por mais que só me apetece-se atirar a toalha para o chão e desistir, e esta tornou-se muito facilmente a minha maneira favorita de lidar com as adversidades. Criei uma playlist com músicas animadas, que me dão vontade de saltar da cadeira e mexer o meu corpo. Não faço mais do que uma série de movimentos estranhos (não sei bem se posso considerar que danço) e uns rodopios, mas resulta sempre! No final dos 3/4 minutos que dura a música apetece-me sempre rir, mais não seja pela figura ridícula que fiz.

 

Música

A playlist que uso para dançar é a mesma que uso quando tenho momentos "mortos" como quando estou a cozinhar. Não importa o meu estado de espírito ponho-a a tocar. Para ser sincera já chorei ao som de músicas muito alegres, por isso esta nem sempre é a melhor para lidar com a tristeza. Mas considero-a uma medida preventiva. Quando ainda não estou triste, uso-a para espantar quaisquer sentimentos negativos que poderiam evoluir para ela.

 

Comida

Esta requer alguma pesquisa, e não sei ainda se estão a surtir efeitos ou não, mas visto que tenho estado consideravelmente melhor decidi incluí-la. A comida aconchega-nos a alma, e aparentemente as vitaminas que contem, podem causar mudanças a nível do humor. Por isso tenho investido em alimentos ricos em vitamina C, como as laranjas e as cenouras, que é conhecida por melhorar o humor,  e vitamina D cujo défice pode resultar também na depressão sazonal.

 

 

 

 

 

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