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"Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respira. Não consigo respirar. Não consigo respirar" depois silêncio.
George Loyd morreu assim. Onze vezes disse que não conseguia respirar, onze vezes foi ignorado pelo polícia que lhe pressionava o joelho no pescoço. Ali, no chão, no vídeo que circulou o mundo vi um homem indefeso, assustado, que só pedia uma coisa: para o deixarem manter o coração a bater e o ar a entrar-lhe nos pulmões.
Outro dia escrevi um texto sobre a intolerância, hoje acho que é importante reforçar, mais que nunca a ideia.
Quantos de nós é que saem à rua com medo de não voltarem mais? Quantos de nós têm de ensinar aos filhos tão cedo como aos 6 anos o que fazer se um polícia aparecer? Quantos de nós viram alguém que nos era próximo morrer por resultado de violência?
Provavelmente a resposta é que a muitos de nós isso não nos passa pela cabeça. Mas, a uma pessoa negra nos Estados Unidos isso não só acontece como é a norma. Desde quarta-feira, dia 27, quando George Loyd foi morto por supostamente demonstrar resistência a ser preso pela polícia (algo que foi mais tarde demonstrada mentira pelas câmaras do local), que me encontro de luto e extremamente desapontada com o mundo. Porque não é porque não está a acontecer aqui que não está a acontecer, e, porque é que vejo tanta gente calada? Porque é que vejo toda a gente a viver as suas vidas ignorando o facto que, aqui, no planeta Terra isto acontece todas as semanas.
A história repete-se com nomes diferentes: um polícia branco mata um homem, uma mulher ou uma criança negra. Um polícia branco, que representa o estado e tem poder sobre os cidadãos comete atrocidades, contra a vida humana.
Quantas mais pessoas são preciso morrer? Quantas mais cidades vão ter de ser destruídas? Qual é o número de que estamos à espera para erguer a nossas vozes e fazer algo?
Na semana passada o The New York Times dedicou a página da frente do jornal ao nome de todas as vítimas do Covid-19. Hoje, aqui, no The Art of Living homenageio aqueles que partiram cedo de mais, pelas mãos da violência policial.
#BlackLivesMatter