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The art of living

30
Mai20

11 vezes

Mafalda

"Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respirar. Não consigo respira. Não consigo respirar. Não consigo respirar" depois silêncio.

George Loyd morreu assim. Onze vezes disse que não conseguia respirar, onze vezes foi ignorado pelo polícia que lhe pressionava o joelho no pescoço. Ali, no chão, no vídeo que circulou o mundo vi um homem indefeso, assustado, que só pedia uma coisa: para o deixarem manter o coração a bater e o ar a entrar-lhe nos pulmões.

Outro dia escrevi um texto sobre a intolerância, hoje acho que é importante reforçar, mais que nunca a ideia.

Quantos de nós é que saem à rua com medo de não voltarem mais? Quantos de nós têm de ensinar aos filhos tão cedo como aos 6 anos o que fazer se um polícia aparecer? Quantos de nós viram alguém que nos era próximo morrer por resultado de violência?

Provavelmente a resposta é que a muitos de nós isso não nos passa pela cabeça. Mas, a uma pessoa negra nos Estados Unidos isso não só acontece como é a norma. Desde quarta-feira, dia 27, quando George Loyd foi morto por supostamente demonstrar resistência a ser preso pela polícia (algo que foi mais tarde demonstrada mentira pelas câmaras do local), que me encontro de luto e extremamente desapontada com o mundo. Porque não é porque não está a acontecer aqui que não está a acontecer, e, porque é que vejo tanta gente calada? Porque é que vejo toda a gente a viver as suas vidas ignorando o facto que, aqui, no planeta Terra isto acontece todas as semanas.

A história repete-se com nomes diferentes: um polícia branco mata um homem, uma mulher ou uma criança negra. Um polícia branco, que representa o estado e tem poder sobre os cidadãos comete atrocidades, contra a vida humana. 

Quantas mais pessoas são preciso morrer? Quantas mais cidades vão ter de ser destruídas? Qual é o número de que estamos à espera para erguer a nossas vozes e fazer algo?

Na semana passada o The New York Times dedicou a página da frente do jornal ao nome de todas as vítimas do Covid-19. Hoje, aqui, no The Art of Living homenageio aqueles que partiram cedo de mais, pelas mãos da violência policial.

#BlackLivesMatter

 

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28
Mai20

Aveiro, a cidade onde mora o meu coração

Mafalda

Hoje não vim cá fazer grandes dissertações sobre nada. Trago-vos fotos da cidade onde mora uma parte importante de mim, o meu coração. Apresento-vos Aveiro, onde tive a oportunidade de voltar há duas semanas atrás, uma cidade que mesmo em plena pandemia mantém o seu charme.

 

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(a ria de Aveiro em todo o seu esplendor mas com os barcos parados)

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(o parque da cidade que é gigante e maravilhoso)

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25
Mai20

Como regressar à sociedade em segurança

Mafalda

É verdade este fim-de-semana fui aquilo que muitos iam chamar de "inconsciente". Eis uma lista dos meus delitos: fui à praia e fui ao café.

Durante alguns dias anteriores a estes acontecimentos questionei me se deveria fazer alguma destas coisas, porque vivo em sociedade e quero proteger-me quer a mim quer aos outros debati-me durante muito tempo sobre estas questões. Será que é seguro? Será que estarei a por os outros em perigo? 

No entanto cheguei a uma conclusão: sim é possível fazer estas actividades que são mais sociais em segurança, desde que se tomem as devidas precauções, eis as que eu tomei e que penso que vocês também podem tomar.

 

1. Evitar horas de ponta

Esta aqui funciona para todos os lados: compras, cafés, restaurantes, praias. Todos nós sabemos que estes locais funcionam por horas de ponta, depois do almoço muitas pessoas vão ao café, ou então ao meio da tarde. A praia à tarde também é uma loucura. As compras ao fim-de-semana não se podem fazer sem estar numa fila cheia de gente. Caro que estas coisas são também diferentes em cada região de Portugal, mas aqui basta ir à praia de manhã cedo até às 11 horas para encontrar muito pouca gente, ou almoçar cedo por volta do meio-dia para ir ao café à uma e quase que não se encontra ninguém. Saber os hábitos da população local é um must para fazer as coisas em segurança.

 

2. Espaços grandes e "desconhecidos"

Todos sabemos que praticar o distanciamento social é mais fácil em espaços amplos ou não muito frequentados, quanto mais espaço e quantas menos pessoas estiverem no mesmo local que nós melhor. Procurar por estes espaços pode ser difícil. No caso da praia auxilio-me sempre das BeachCams que me ajudam a decidir qual é o sítio menos frequentado (esta semana não fui possível porque foi para uma praia que quase ninguém conhece devido ao acesso difícil e como previsto só lá estavam mais duas pessoas). 

 

3. Usar máscara SEMPRE

Só tirei a máscara nestas duas ocasiões para ir ao mar e para comer (não estive também com enquanto secava porque para ser honesta não me apetecia ficar com ela molhada). Eu sei que é incómodo usar sempre aquela barreira no rosto, mas há boa opção para quem não o quer fazer: ficar em casa. No entanto se planeia sair é melhor arranjar uma máscara com que se sinta o mais confortável possível porque vai ser a sua companheira de longas horas.

 

4. Bom senso

Esta é a mais importante. O bom senso é algo que não é completamente objectivo, mas, se chega à praia e vê um aglomerado muito grande de pessoas, se calhar o melhor é optar por dar uma caminhada em vez de fazer praia, ou até mesmo dar meia volta e ir embora. O mesmo se aplica com outros espaços. É sempre necessário pensar no nosso bem próprio e do outro.

 

Sou apologista que devemos sair de casam se o governo decidiu que o desconfinamento é o passo a tomar então confio em quem nos governa. No entanto a confiança não pode ser cega e por isso é sempre bom seguir as dicas nesta lista para assegurar que tudo corre pelo melhor.

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20
Mai20

A epidemia da intolerância

Mafalda

Este post está na gaveta de ideias há imenso tempo, e, visto que este fim-de-semana se festejou o Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia decidi que era a altura correta para o trazer. Isto são apenas opiniões que são minhas, e a história que também é minha de como é fazer parte da comunidade LGBTQI+ nos dias de hoje.

(Acabei de sair do armário na blogosfera? Parece que sim)

Bem para começar o que são a homofobia e a transfobia?

A homofobia é o preconceito contra a homosexualidade, e, a transfobia, como devem já estar a adivinhar, é o preconceito contra pessoas transgênero.

E eu sei, toda a gente acha que em pleno século XXI já não há coisas dessas, mas, cada vez mais percebo, que, embora não haja tantas manifestações violentas (pelo menos em Portugal) contra as pessoas desta comunidade, há coisas que demonstram que no fundo a sociedade ainda resiste à mudança. Há o olhar de lado, palavras com conotações negativas que querem dizer homosexual, há aqueles que insultam verbalmente e aqueles que dizem aquelas coisas que parecem disfarçadamente não ofensivas como "eu aceito... mas não gosto" (o que para mim me soa um pouco a falta de aceitação). 

Depois há os estereótipos, a pergunta que nunca falha de quem é o homem ou a mulher da relação ou a pergunta se tenho a certeza que gosto mesmo de meninas, ou aquele olhar de cima abaixo que diz "não tens ar de quem é isso". Sim, também já me chamaram "isso", como se fosse uma coisa nojenta, repugnante cujo nome não pode sequer ser pronunciado ou então virá mal ao mundo.

É importante educar todos para que no futuro os nossos netos, sobrinhos e filhos não tenham de viver assim. É importante educar as nossas crianças. Não só porque a nossa arma contra a intolerância é educar desde cedo, mas porque quem sabe se um dia a nossa criança não vai "descobrir" (e uso descobrir entre aspas porque não é assim tão linear) que se identifica como parte da comunidade LGBTQI+, e, caso isto aconteça queremos (ou pelo menos eu quereria independentemente de como me identifico) que ela se sentisse confortável em falar comigo, até porque, numa sociedade onde é visto como a norma ser-se heterossexual pode ser confuso para alguém ainda numa fase de crescimento perceber que não é visto como "normal" por todos aqueles que o rodeiam.

Quando contei aos meus pais que gostava de uma menina a primeira coisa que me disseram foi "não te exponhas", não porque tinham vergonha de mim, mas porque as pessoas podem ser más. Durante muito tempo segui este conselho, confinando a verdade sobre a minha sexualidade a um grupo muito restrito de amigos, mas, decidi com o tempo, que,há pessoas más, mas há também aquelas que me apoiam todos os dias, aquelas que lutariam com unhas e dentes para ver os meus direitos assegurados, e, percebi que há pessoas que precisam de mim, como voz por aqueles que ainda não encontraram a sua para contar a sua verdade.

Este é um post sobre mim, mas também é pelas Marias, pelos Josés, pelas Anas e pelos Franciscos. Este é um post para todos aqueles que precisam de saber que não faz mal ser um bocadinho diferente daquilo que a sociedade acha que é o normal.

A epidemia da intolerância espalha-se, mas também se espalham as pessoas que defendem que amar devia ser um direito de todos. E essas pessoas são o meu tipo de pessoa.

 

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