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The art of living

08
Fev21

O confinamento e a depressão #2

Mafalda

Falei-vos, no principio deste confinamento, da minha depressão sazonal e da forma como o confinamento a torna pior. Ao longo das últimas semanas tenho vindo a tentar diversas estratégias para me sentir melhor, e decidi partilhar as minhas favoritas:

 

Ir lá fora (faça chuva ou faça sol)

Para uma pessoa que sofre de depressão sazonal esta dica pode parecer óbvia, mas não o era para mim. Tentava evitar o exterior nos dias de chuva ou naqueles mais nublados. Sendo a chuva e o tempo escuro aquilo que me causam tristeza, achei que "afastar-me" deles ficando em casa era o que faz sentido. Mas não é verdade. O ar fresco faz maravilhas e mudar de paisagem, quando estamos constantemente fechados num espaço tão pequeno, também o faz. Tento procurar a altura do dia com menos chuva (ou com abertas), agasalho-me bem e lá vou eu para uma voltinha. Nem sempre volto de melhor humor, mas tenho a certeza que se ficasse em casa seria bastante pior.

 

Exercício físico

Correr traz paz ao meu coração. É a altura do dia em que me permito não pensar em nada (porque também é preciso), e há o sentimento de recompensa no final da corrida, que nos chega na forma de suor, o coração a bater muito rápido no nosso peito, os pulmões a pedir por mais ar.  Sinto-me viva. No entanto não é preciso correr para obter o mesmo resultado, e por vezes o exercício nem sequer precisa de ser tão intenso. Nos dias em que sou preguiçosa 15 minutos de alongamentos bastam para me sentir um bocadinho melhor.

 

Dançar

Queria ser bailarina quando era pequena, mas nunca fui dotada na arte da dança e por isso nunca o fiz muito. Enquanto conversava com a minha psicóloga ela sugeriu-me que o fizesse, sempre que me sentisse muito em baixo, por mais que só me apetece-se atirar a toalha para o chão e desistir, e esta tornou-se muito facilmente a minha maneira favorita de lidar com as adversidades. Criei uma playlist com músicas animadas, que me dão vontade de saltar da cadeira e mexer o meu corpo. Não faço mais do que uma série de movimentos estranhos (não sei bem se posso considerar que danço) e uns rodopios, mas resulta sempre! No final dos 3/4 minutos que dura a música apetece-me sempre rir, mais não seja pela figura ridícula que fiz.

 

Música

A playlist que uso para dançar é a mesma que uso quando tenho momentos "mortos" como quando estou a cozinhar. Não importa o meu estado de espírito ponho-a a tocar. Para ser sincera já chorei ao som de músicas muito alegres, por isso esta nem sempre é a melhor para lidar com a tristeza. Mas considero-a uma medida preventiva. Quando ainda não estou triste, uso-a para espantar quaisquer sentimentos negativos que poderiam evoluir para ela.

 

Comida

Esta requer alguma pesquisa, e não sei ainda se estão a surtir efeitos ou não, mas visto que tenho estado consideravelmente melhor decidi incluí-la. A comida aconchega-nos a alma, e aparentemente as vitaminas que contem, podem causar mudanças a nível do humor. Por isso tenho investido em alimentos ricos em vitamina C, como as laranjas e as cenouras, que é conhecida por melhorar o humor,  e vitamina D cujo défice pode resultar também na depressão sazonal.

 

 

 

 

 

23
Jan21

Quando o confinamento e a depressão sazonal se juntam

Mafalda

Desde há muito tempo que sofro de depressão sazonal, chega no inverno quando o frio enregela os nossos corações, quando os dias ficam mais curtos e especialmente mais cinzentos. Sinto-a a chegar quando a minha motivação para fazer as minhas coisas favoritas desaparece e o primeiro sinal de alarme é uma fome voraz por todas as coisas doces e calóricas.

Este ano foi diferente, alguns sintomas mostraram-se mas devido aos poucos dias de chuva e a técnicas que aprendi ao longo dos anos e que pus em prática antes de ser avassalada pela tristeza, senti-me mais ou menos normal. Até chegar o confinamento e com ele os derradeiros dias de chuva.

É seguro dizer que já vi melhores dias. Estar em casa fechada entre as mesmas 4 paredes e com as mesmas pessoas é um desafio à sanidade mental de toda a gente, mas aliado aos dias que temos tido aqui no Norte, parece impossível alguém ficar são. No entanto decidi que não vou sair deste confinamento derrotada. E por isso hoje levantei-me, vesti uma roupa "normal" (nada de pijamas ou fatos de treino), coloquei a minha melhor maquilhagem e preparei-me para enfrentar a vida.

Ainda estou a descobrir como navegar por estas águas nunca antes navegadas (pelo menos por mim, visto que o confinamento do ano passado foi solarengo), mas prometo trazer-vos na viagem e contar-vos aquilo que aprendo no caminho. Se tiverem alguma dica deixem-na nos comentários, a minha alma perdida agradece.

 

21
Jan21

Aqui vamos nós outra vez

Mafalda

É verdade, o confinamento voltou para todos os níveis de escolaridade, das creches às universidades e eu estou por casa de novo, com mais tempo para fazer coisas que fazem o meu coração quentinho, como escrever neste meu cantinho e interagir com todos aqueles que já se tornaram meus amigos neste espaço virtual.

Não tenho grandes planos para estes 15 dias, há muito para estudar e a incerteza em relação ao que acontecerá quando estes dias acabarem é aterrorizadora (pelo menos para mim). Prometi-me a mim mesma que este confinamento vou fazer algo todos os dias por mim: ler um bocadinho, comer o pequeno-almoço na cama, ir dar umas voltinhas de bicicleta pela vizinhança....

E vou sobretudo lutar contra a degradação da minha saúde mental (que foi algo que definitivamente aconteceu no confinamento do ano passado). E por aí? Como é que se vai passar o confinamento?

 

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